Lançamentos Editora Companhia das Letras Março de 2015
A partir do século XVI, o destino dos homens — quisessem
eles ou não — se desenrolava num palco planetário. No início dos anos 1520,
enquanto Magalhães velejava rumo à Ásia pela rota do Ocidente, Cortés se
apoderava do México- -Tenochtitlán, e os portugueses, instalados em Malaca,
sonhavam em colonizar a China. A águia asteca acabou sendo aniquilada, mas o
dragão chinês eliminou os intrusos, não sem antes ter tomado os canhões deles.
Esses dois episódios assinalam uma etapa determinante em nossa história. Pela
primeira vez, seres originários de três continentes se encontram, enfrentam-se
ou se misturam. O Novo Mundo se torna inseparável dos europeus que vão
conquistá-lo. E o Império Celestial se impõe, por muito tempo, como uma presa
inacessível. O historiador francês Serge Gruzinski narra esse confronto entre
duas civilizações que contrastavam em tudo, mas que já fascinavam seus
contemporâneos. Nesta nova e soberba exploração dos mundos do Renascimento, ele
apresenta as engrenagens da globalização ibérica, que fez da América e da China
parceiros indispensáveis para os europeus.
Publicado em 1984, Corpo é um dos grandes livros da última
fase de Carlos Drummond de Andrade. Com mais de oitenta anos de vida e
cinquenta de carreira literária, o mineiro jamais se acomodaria: a força dos
poemas reunidos neste volume é testemunha do inesgotável talento para ajustar,
numa poesia tão comunicativa quanto poderosa, grandes temas como o amor, a
morte, o meio-ambiente e os afetos.
Rico em significados, o título do volume lança luz sobre os vários corpos habitados por todos nós: este físico e mortal que carregamos desde o nascimento, o corpo sensual, sensorial e afetivo, e o corpo geográfico e urbano. Não à toa há desde poemas sobre relações amorosas até observações sobre o “corpo” de nossas cidades, cada vez mais degradadas. A preocupação com a devastação à brasileira vinha sendo umas das preocupações de Drummond desde, pelo menos, o final da década de 1960.
Rico em significados, o título do volume lança luz sobre os vários corpos habitados por todos nós: este físico e mortal que carregamos desde o nascimento, o corpo sensual, sensorial e afetivo, e o corpo geográfico e urbano. Não à toa há desde poemas sobre relações amorosas até observações sobre o “corpo” de nossas cidades, cada vez mais degradadas. A preocupação com a devastação à brasileira vinha sendo umas das preocupações de Drummond desde, pelo menos, o final da década de 1960.
O primeiro álbum produzido em conjunto pelos gêmeos Fábio
Moon e Gabriel Bá após o premiado Daytripper – vencedor do Eisner Award, Havey
Award e Eagle Award.
Dois Irmãos é uma adaptação em quadrinhos do livro homônimo escrito por Milton Hatoum e conta a história de como se constroem as relações de identidade e diferença numa família em crise. No centro da trama, estão dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, e suas relações com a mãe, o pai e a irmã, que moram em Manaus/AM.
Dois Irmãos é uma adaptação em quadrinhos do livro homônimo escrito por Milton Hatoum e conta a história de como se constroem as relações de identidade e diferença numa família em crise. No centro da trama, estão dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, e suas relações com a mãe, o pai e a irmã, que moram em Manaus/AM.
A morte é o principal tema de Escuta. Suicídios,
assassinatos e guerras surgem por vezes em cenas que parecem saídas de
noticiários. É também significativo que uma das seções do livro tenha por
título “Memórias póstumas”: agrupam-se ali textos que condensam os estados
afetivos mais extremos.
Para equilibrar esse quadro, uma das partes do livro se chama “Alegria”. O leitor vê-se então arrastado por um feixe intenso de cores, vibrações e desejos.
Decididamente urbanos, os poemas percorrem uma vasta geografia, que tanto podem remeter ao extermínio e ao aniquilamento quanto se voltar para um Brasil distante das capitais.
Neste livro, tomamos parte numa penetrante escuta do mundo. Alargando ao extremo os limites da expressão lírica, o poeta lançou-se ao encontro de experiências, cenas, fatos, personagens, palavras, e em tudo reconhecemos tempos e espaços contemporâneos construídos por uma voz singular.
Para equilibrar esse quadro, uma das partes do livro se chama “Alegria”. O leitor vê-se então arrastado por um feixe intenso de cores, vibrações e desejos.
Decididamente urbanos, os poemas percorrem uma vasta geografia, que tanto podem remeter ao extermínio e ao aniquilamento quanto se voltar para um Brasil distante das capitais.
Neste livro, tomamos parte numa penetrante escuta do mundo. Alargando ao extremo os limites da expressão lírica, o poeta lançou-se ao encontro de experiências, cenas, fatos, personagens, palavras, e em tudo reconhecemos tempos e espaços contemporâneos construídos por uma voz singular.
Nos
últimos anos, os estudos de Warburg têm se tornado cada vez mais influentes e
seu pensamento vive uma onda de redescoberta em diversos países e idiomas. A
publicação deste volume se insere nesse contexto. Os ensaios e palestras foram
selecionados pelo sociólogo Leopoldo Waizbort, professor titular na
Universidade de São Paulo. São textos produzidos entre 1893 e 1929 e abrangem
toda a vida intelectual de Warburg: dos primeiros escritos até o último deles.
São textos diversos, concebidos para cumprir requisitos universitários,
comunicações em congressos, palestras ou mesmo rascunhos e esboços para uso
estritamente pessoal.
Nova edição ampliada com todas as canções que Vinicius
compôs — sozinho ou com seus “parceirinhos”, como dizia o poeta.
Vinicius de Moraes é uma das pedras de toque da moderna canção brasileira. Moderna sim, pois as letras que produziu (sozinho ou com parceiros como Antonio Carlos Jobim, Edu Lobo e Chico Buarque) ainda hoje são exemplares em seu frescor, sua calculada simplicidade, sua sincera e lírica exposição dos afetos. Um dos renovadores da nossa música com a Bossa Nova, o poeta foi além dos rótulos, deixando um legado musical rico, variado e — hoje — clássico.
Esta nova edição do Livro de letras reúne a totalidade de canções compostas por
Vinicius, entre peças individuais e parcerias. Um elenco inesquecível de
canções, conhecidas hoje no Brasil e no mundo: “Garota de Ipanema”, “Canto de
Ossanha”, “Água de beber” e “A tonga da mironga do kabuletê”, entre dezenas de
outras. De quebra, duas letras que anteriormente não tinham sido publicadas,
fruto da parceria do poeta com os compositores Francis Hime e Edu Lobo.
Completa o volume o ensaio de Paulo da Costa e Silva, encomendado especialmente
para esta edição, com uma análise detida e esclarecedora da canção em Vinicius
de Moraes, além de textos de Eucanaã Ferraz (curador da coleção), José Castello
(sobre o percurso do Vinicius letrista) e uma divertida crônica do autor
português Alexandre O’Neill sobre um concerto de Vinicius e Baden a alegrar uma
noitada e espantar o cinza em plena Lisboa salazarista.
Poucos clássicos da literatura são tão conhecidos e adorados
como O estranho caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde. Escrito quando o autor tinha
trinta e cinco anos de idade, em 1885, o romance foi um sucesso imediato de
público e inseriu Robert Louis Stevenson no grupo seleto dos grandes escritores
da literatura universal.
Ao narrar as experiências de um médico que, numa “noite maldita”, tomou uma poção fumegante de coloração avermelhada e descobriu “a dualidade absoluta e primordial do homem”, o autor escocês criou uma história de suspense e horror, em que o perigo iminente não está do lado de fora, mas do lado de dentro, na parte obscura da alma.
Esta edição, além de uma introdução de Robert Mighall, Ph.D. em ficção gótica e ciência médico-legal vitoriana na Universidade de Wales, conta com um prefácio do escritor Luiz Alfredo Garcia-Rosa, que define o romance como “um dos mais perfeitos e provavelmente o mais famoso romance de mistério da literatura de língua inglesa”.
Ao narrar as experiências de um médico que, numa “noite maldita”, tomou uma poção fumegante de coloração avermelhada e descobriu “a dualidade absoluta e primordial do homem”, o autor escocês criou uma história de suspense e horror, em que o perigo iminente não está do lado de fora, mas do lado de dentro, na parte obscura da alma.
Esta edição, além de uma introdução de Robert Mighall, Ph.D. em ficção gótica e ciência médico-legal vitoriana na Universidade de Wales, conta com um prefácio do escritor Luiz Alfredo Garcia-Rosa, que define o romance como “um dos mais perfeitos e provavelmente o mais famoso romance de mistério da literatura de língua inglesa”.
Para o imaginário ocidental, a Atenas antiga representa
muito mais que uma simples cidade. O período que vai das reformas de Clístenes
(508 a.C.) à morte de Sócrates (399 a.C.) consagrou um modelo universal, tanto
político quanto cultural. Político pois se atribui a Atenas a invenção da
democracia. Cultural pois a ela se credita tudo que é considerado clássico: a
filosofia, a história, o teatro, a literatura, a arte e a arquitetura.
Luciano Canfora procura restituir a cidade à sua história, estudar Atenas e seu tempo a partir dos textos primários, destituídos das camadas geológicas de interpretação e mito. O resultado é o desmanche da máquina retórica em torno do “berço da democracia”.
Luciano Canfora procura restituir a cidade à sua história, estudar Atenas e seu tempo a partir dos textos primários, destituídos das camadas geológicas de interpretação e mito. O resultado é o desmanche da máquina retórica em torno do “berço da democracia”.
A ópera é uma das formas de arte mais extraordinárias dos últimos quatro
séculos. Proibitivamente cara e irrealista por essência, representa no entanto
as paixões humanas com inigualáveis poder e drama.
O livro de Carolyn Abbate e Roger Parker já nasce como referência: desde o clássico trabalho de Joseph Kerman, A ópera como drama, escrito na década de 1950 e ainda referência incontornável sobre o assunto, talvez o gênero não tenha recebido um tratamento de escopo tão ambicioso.
Se o leitor especializado encontrará neste ensaio análises profundas, o leigo encontrará um guia que o conduzirá às várias facetas e períodos da ópera e aos contextos sociais e econômicos que permitiram seu desenvolvimento. Os autores traçam análises profundas dos contextos sociais, políticos e literários, das circunstâncias econômicas e das quase constantes polêmicas que acompanharam o desenvolvimento do gênero nos últimos quatro séculos.
O livro de Carolyn Abbate e Roger Parker já nasce como referência: desde o clássico trabalho de Joseph Kerman, A ópera como drama, escrito na década de 1950 e ainda referência incontornável sobre o assunto, talvez o gênero não tenha recebido um tratamento de escopo tão ambicioso.
Se o leitor especializado encontrará neste ensaio análises profundas, o leigo encontrará um guia que o conduzirá às várias facetas e períodos da ópera e aos contextos sociais e econômicos que permitiram seu desenvolvimento. Os autores traçam análises profundas dos contextos sociais, políticos e literários, das circunstâncias econômicas e das quase constantes polêmicas que acompanharam o desenvolvimento do gênero nos últimos quatro séculos.